Ele já tem 39 anos, idade que poucos jogadores de futebol atingem em campo, mas o apetite voraz de Cristiano Ronaldo se mantém intacto e o craque português espera aproveitar a Eurocopa para bater novos recordes, tanto individuais como coletivos.

Apesar da idade, o cinco vezes vencedor da Bola de Ouro está confiante em ser um jogador-chave numa equipe que, segundo Ronaldo, tem méritos para vencer a Euro 2024, que se juntaria à de 2016, o único grande título conquistado até agora.

“Acho que esta geração merece vencer uma competição desta magnitude”, disse CR7, que participará de sua sexta Eurocopa, à imprensa no domingo, desfazendo o empate que mantinha até agora com o goleiro espanhol Iker Casillas, com cinco.

A seleção portuguesa, comandada pelo espanhol Roberto Martínez, chega a esta Euro 2024 depois de uma campanha perfeita (e recordista) nas Eliminatórias, em que venceu os dez jogos disputados.

Portugal integra o Grupo F juntamente com Turquia, Geórgia e República Tcheca, contra a qual estreia nesta terça-feira.

Tudo parecia indicar que, depois de perder o título na Copa do Mundo de 2022 (Portugal foi eliminado nas quartas de final pelo Marrocos) e assinar pelo saudita Al-Nassr, a carreira de CR7 estava fadada ao declínio, mas, fiel à rebeldia que sempre mostrou, a estrela portuguesa ainda não deu sua última palavra.

130 gols em 207 jogos pela seleção

Há uma semana, num amistoso de preparação contra a Irlanda, ele balançou as redes duas vezes e elevou seu recorde de gols por seleções para 130, 14 deles em Eurocopas, torneio em que é o maior artilheiro de todos os tempos, de longe à frente do segundo colocado, o francês Michel Platini (9).

Ronaldo disputou pela primeira vez uma Euro no seu país, na edição de 2004, marcando na estreia contra a Grécia, que mais tarde surpreendeu ao conquistar o título.

Desde então, CR7 nunca faltou ao torneio, somando 25 jogos (só ficou de fora em um) e marcou em cada edição.

Se o astro repetir o feito na Alemanha, se tornará o jogador mais velho a marcar em um torneio europeu. O recorde atual pertence ao austríaco Ivica Vastic, que marcou um gol aos 38 anos e 257 dias, em 2008.

“Eu desfruto do futebol, os recordes são uma consequência. Para mim, não é uma meta, porque acho que isso aparece naturalmente”, explicou Ronaldo.

“Estou feliz, será minha sexta Eurocopa e desfrutar da melhor maneira, jogar bem, que a equipe possa ganhar e tentar dar o meu máximo”, acrescentou.

“Frio na barriga”

Apesar de sua longa carreira, com 207 jogos internacionais por Portugal (mais um recorde no futebol masculino), Ronaldo garantiu que ainda fica nervoso.

“Ansiedade, existe sempre. Aquele frio na barriga, principalmente um dia antes do jogo e no dia do jogo. Ainda bem que sinto. Quando não sentir, é motivo para parar”, disse.

“Ainda estou muito motivado. É uma competição diferente e estamos todos preparados” para a estreia contra a República Tcheca.

A ambição de Ronaldo é um combustível para os seus companheiros. “Ele sempre pensa grande e queremos segui-lo”, declarou o zagueiro do Manchester United, Diogo Dalot, em entrevista coletiva no sábado.

Ruben Dias, zagueiro do vizinho City e da seleção portuguesa, também elogiou o atacante: “Ronaldo representa inspiração e que tudo é possível. É possível sonhar, é possível conseguir… Representa muitas coisas, mas, principalmente, é um prazer estar com ele”.

Assim como Portugal, a República Tcheca conquistou uma Eurocopa (em 1976, como Tchecoslováquia), mas não passa das quartas de final há 20 anos.

Os tchecos vão colocar em campo uma defesa com três zagueiros e dois laterais, liderada pelo jogador do Slavia Praga Tomas Holes, com o objetivo de parar Ronaldo.

Um dos poucos feitos que faltam ao astro português numa Eurocopa é um hat-trick.

O último jogador a marcar três gols em uma mesma partida do torneio foi o espanhol David Villa, em 2008.

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