Gerard Piqué foi chamado para prestar depoimento em uma investigação que analisa a mudança da Supercopa da Espanha para a Arábia Saudita. O processo busca esclarecer os termos do acordo que transferiu o torneio para o país do Oriente Médio. O ex-jogador, que preside a agência de eventos Kosmos, é apontado como suspeito de ter recebido pagamentos irregulares para facilitar negociações durante sua passagem pelo Barcelona.

A denúncia aponta que a empresa de Piqué atuou como intermediária nas tratativas do contrato, sendo remunerada com um bônus pelo acordo. Em maio do ano passado, o ex-zagueiro foi formalmente indiciado por irregularidades que indicavam o pagamento de uma comissão anual de € 4 milhões (cerca de R$ 24 milhões). O depoimento do empresário está agendado para o dia 14 de março.

A Supercopa da Espanha, competição na qual se enfrentam os campeões e vices da LaLiga e da Copa do Rey, é disputada na Arábia Saudita desde 2020, exceto pela edição seguinte, realizada na Andaluzia (ESP), em decorrência da pandemia de Covid-19. Tradicionalmente sediada em território espanhol desde 1982, a competição mudou de local após um acordo entre a gestão de Luis Rubiales, à frente da RFEF, e o governo saudita.

Com a promessa de reinvestimento no futebol espanhol, o acordo garante que a Supercopa permaneça na Arábia Saudita até 2029, em troca de um repasse de € 320 milhões (quase R$ 1,8 bilhão) para os cofres da federação.

Em 2022, o El Confidencial divulgou documentos e mensagens privadas trocadas entre Piqué e o presidente da RFEF, Luis Rubiales. A reportagem indicava que a federação teria recebido € 40 milhões por temporada em cada uma das seis edições realizadas na Arábia Saudita – totalizando € 240 mi na época –, enquanto a Kosmos teria sido remunerada com € 4 milhões por ano, somando € 24 mi.

Segundo as investigações, o ex-jogador do Barcelona teve um papel relevante nas negociações que levaram a realização da Supercopa na Arábia Saudita e recebeu um tratamento privilegiado por parte de Rubiales, por motivos ainda não esclarecidos. Em uma transmissão ao vivo recente, ele afirmou que os pagamentos efetuados estavam em conformidade com as práticas de mercado.

“Tudo o que fizemos é legal e não houve conflito de interesses. No mundo em que atuamos, uma comissão de 10% é o padrão de mercado e de acordo com o que todas as agências cobram por esse tipo de gestão”, garantiu Gerard Piqué.

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